Para desenvolver o senso crítico são necessárias informação e atualização, e foi com esse objetivo que os alunos do 1º ano do PEIES trabalharam o Gênero Textual "Entrevista" na aula de Português da professora Janice. Após o estudo e análise, os mesmos realizaram entrevistas.

A entrevista a seguir foi elaborada pelas alunas Alana Remor, Fabíola Cembranel e Juliana Nedel, as quais entrevistaram uma professora (33 anos) sobre o assunto "Violência contra o Idoso".
Uma nova vítima

"Nosso povo não adquiriu cultura, educação, o respeito é coisa passada".

Estas podem ser uma das principais causas da violência contra o idoso, que é agredido principalmente por jovens e em segunda mão por adultos.

Alunas: Você acha que a sociedade e todos os governos estão dando a atenção necessária aos idosos? Sim. Como? Não. Por quê?

Professora: Não, porque apesar de dizerem que a nossa sociedade é mais afetiva que a européia, ele não é tratado com dignidade, porque ao meu ver nosso povo não adquiriu cultura, educação; onde o respeito é coisa "passada", digo como coisas passadas, por exemplo: arquitetura, arte, música, comportamento, costumes que pertenceram a uma época muito ou pouco distante de nossa atualidade. Questão cultural valoriza-se o novo, moderno.

Alunas: O que você acha que leva a população mundial a destratar os idosos?

Professora: Falta de consideração, de respeito, de consideração por aquilo que os idosos fizeram com seus filhos, familiares ou podemos levantar a questão de que os filhos estão fazendo com eles o que lhes fizeram, em alguns casos.

Alunas: O que você acha das pessoas que maltratam os idosos?

Professora: São pessoas que não tiveram infância ou uma boa educação, são extremamente egoístas, desumanas, insensíveis, que só pensam no seu bem estar.

Alunas: Com essa violência ao idoso, você tem medo de seu futuro?
O que você teme?

Professora: Medo não (não me preocupo com filhos, pois por mais que se invista na educação dele, muitas vezes a sociedade é mais forte e não há garantias de que seu filho traçará um "belo caminho": justo, digno, mas preocupa-me a questão geral, não porque serei uma velha, mas pelo fato do quanto à gente perde na questão afetiva de um crescimento espiritual, não apenas nacional, mas mundial.).

Alunas: Você acha que o idoso é desprivilegiado em algumas coisas? Em quê?
Professora: Sim, na possibilidade de transmitir a vasta riqueza de ensinamentos a essa juventude que pensa que sabe tudo.

Alunas: O que você acha dos filhos que põem seus pais em um asilo? Você concorda com isso?

Professora: Não concordo com asilo, porque acredito que as pessoas devem ter tempo aos familiares. Atualmente, a nossa sociedade industrial esqueceu-se da necessidade de dispor tempo para as coisas mais prazerosas da vida. Podemos perguntar por que vivemos, o quê viemos fazer neste mundo. Seria triste descobrir que a resposta seria trabalhar e trabalhar; ganhar dinheiro, gastar em shopping center, portanto, nossos velhos são nossas raízes, é a nossa história e como nossa história devemos trazê-la conosco ou ao menos respeitá-la e tratá-la com carinho.

Alunas: O que é preciso para que o idoso seja mais bem tratado?
Professora: Precisa-se de educação para o povo, especialmente para os jovens, que o governo passe a respeitá-lo com dignidade de quem contribuiu para a construção do país e que só não continua contribuindo porque não lhe é dado à oportunidade.