A Feira Brasileira de Ciências e Engenharia – Febrace é um movimento nacional de estímulo ao jovem cientista, que todo ano realiza na Universidade de São Paulo uma grande mostra de projetos e tem um papel social importante, incentivando a criatividade e a reflexão em estudantes da educação básica, através do desenvolvimento de projetos com fundamento científico, nas diferentes áreas das ciências e engenharia.
A estudante do 3º ano do CFJL, Giovana Bachmann da Silva é a representante do CFJL na Feira Nacional e sua pesquisa orientada pelas professoras de Química, Sheila Bonetti e de Biologia, Cláudia Schneider, tem como título: “Filme plástico biodegradável produzido através da biossíntese de celulose bacteriana a partir de resíduos agroindustriais”. Ou seja, a pesquisa da estudante visa utilizar resíduos das agroindústrias do Rio Grande do Sul como fontes de carbono na produção de celulose bacteriana, para transformá-la em embalagens plásticas que não causam danos ao meio ambiente.
“Fiquei muito feliz e também bastante surpresa com o resultado, desde de 2019 eu tenho um grande interesse pela Febrace. Tenho certeza que participar desta edição será muito enriquecedor. Acredito que os aprendizados serão de extrema importância para mim, tanto para me ajudar na escolha da carreira que pretendo seguir, como para conseguir aprimorar ainda mais a pesquisa que estou realizando. Estou ansiosa para participar das palestras, painéis e atividades programadas. Além disso, também estou curiosa para conhecer outros projetos de jovens cientistas brasileiros”, destaca Giovana.
A Feira é virtual e iniciou nesta segunda-feira e segue até 27 de março, quando ocorre a cerimônia de premiação. “É a primeira vez que conseguimos participar! É de grande valia este momento para a Escola, pois estamos participando de uma das maiores Feiras do país”, destacou a professora orientadora Sheila Bonetti.
Para conhecer mais a pesquisa, acesse o site da Febrace: https://febrace.org.br/virtual/2021/BIO/60/ e conheça os detalhes.
A pesquisa:
A presente pesquisa teve como objetivo utilizar resíduos das agroindústrias do Rio Grande do Sul como fontes de carbono na produção de celulose bacteriana, pois o que impede a ampliação da utilização desse material em ramos industriais é o seu alto custo de produção. Além disso, o projeto visa a dar um destino mais adequado a esses substratos que geram problemas para o meio ambiente. A economia brasileira é fortemente baseada na agricultura, em consequência disso, há uma elevada quantidade de resíduos orgânicos descartados por essas indústrias, que poluem o solo, a água e emitem gás metano.
Em vista disso, é de fundamental importância desenvolver e implementar processos sustentáveis capazes de converter esses resíduos em outros produtos, agregando valor e aproveitando-os, para assim gerar um menor impacto ambiental. A celulose bacteriana, obtida da kombucha, bebida probiótica fermentada por bactérias e leveduras, foi produzida em cultura estática em meio a diferentes fontes de carbono como: açúcar cristal, casca de arroz e casca de amendoim. Em condições de cerca de 28ºC de 7 a 30 dias de cultivo. As membranas formadas foram depositadas em placas de madeira para que pudessem secar adequadamente. A partir dos filmes produzidos, foram realizados testes para analisar as propriedades físicas e mecânicas do material.
Portanto, a presente pesquisa apresenta suma importância ambiental, científica e socioeconômica ao promover o aproveitamento de resíduos agroindustriais e propor uma alternativa aos materiais plásticos existentes, transformando a celulose bacteriana em embalagens plásticas que não causam danos ao meio ambiente e os seres vivos, auxiliando no desenvolvimento de uma sociedade mais sustentável.