Urna Eletrônica Brasileira

O Brasil foi um dos primeiros países a arriscar uma votação eletrônica. O responsável pelo processo sempre foi o Tribunal Superior Eleitoral, que começou a inserir o voto eletrônico nas eleições de 1996. Naquele ano, apenas parte das eleições foi realizada eletronicamente, por falta de tempo em fabricar urnas o suficiente e também por ser uma fase de testes. Foi apenas nas eleições do ano 2000 que as urnas eletrônicas foram definitivamente implantadas. O design original da urna eletrônica já passou por diversas revisões e atualizações, mas a versão atual (modelo UE2009) é fabricada pela empresa brasileira Diebold-Procomp.

 Os modelos 1996 a 2000 rodavam o sistema operacional VirtuOS. Os modelos 2002, 2004 e 2006 rodavam o sistema operacional Windows CE. A partir de 2008 todos os modelos passaram a utilizar o sistema operacional Linux e foram utilizadas em torno de 450 mil urnas eletrônicas. Além do terminal de votação (a urna propriamente dita), existe também um terminal de atendimento, no qual os mesários podem registrar as justificativas e fazer todo o gerenciamento das urnas. Os dados da votação são gravados com criptografia em um cartão CompactFlash e extraídos no final do processo para um pendrive USB. Dentro do pendrive ficam gravados um boletim da urna, o registro digital do voto, dados de quem não foi votar (para aplicação da multa), justificativas e arquivo de log.

Em 2009 o Tribunal Superior Eleitoral, confiante que tinha feito um bom trabalho no código-fonte, criou um desafio: convidou hackers a invadirem a urna eletrônica usando apenas seus conhecimentos técnicos e impondo várias restrições. 20 especialistas em segurança trabalharam durante 4 dias seguidos, tentando acessar os dados de teste dentro dos aparelhos. Devido às restrições impostas pelo tribunal, nenhum deles teve sucesso, embora os testes tenham servido para aperfeiçoar a segurança da votação.

As questões de segurança da urna eleitoral ainda são assunto de muita discussão, e segundo alguns dos especialistas presentes nos testes, se os especialistas pudessem usar de engenharia social ou de programas específicos, garantem que conseguiriam invadir o aparelho tão facilmente quanto tirar um doce de uma criança.

 

Fontes: 

https://tecnoblog.net/42371/como-funciona-a-urna-eletronica-brasileira/ 

http://www.tse.jus.br/